A Associação Latino Americana de Supermercados - ALAS - realizou entre os dias 21 e 23 de agosto o IV Congresso Panamericano de Supermercados, onde estiveram presentes representantes do setor varejistas do México, Porto Rico, Bolívia e Paraguay, para discutir os problemas e soluções em sustentabilidade na América Latina.
Cerca de 200 empresários e líderes do setor de autosserviço, assim como especialistas no tema sustentabilidade estiveram presentes, como o Helio Mattar do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente, que moderou um painel com a participação de diretores de sustentabilidade do Wal-Mart, Pão de Açúcar, Nestlé.
"O mundo já consome 30% mais do que é produzido. Em 2050 vamos precisar de dois planetas e, se todo mundo consumisse como os mais ricos, seriam necessários cinco planetas para abastecer a população mundial", disse Helio Mattar sobre o consumo desenfreado da população mundial.
Representando o governo brasileiro, a Sra. Samyra Crespo, secretária de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental, que falou sobre o novo plano de ação para a Produção e Consumo Sustentáveis (PPCS) e sobre as atividades que o governo vem exercendo para combater as queimadas e o desmatamento.
Entre os principais objetivos do plano PPCS estão:
* Varejo e consumo sustentável
* Agenda ambiental na Administração Pública
* Educação para o Consumo Sustentável
* Aumento da Reciclagem de Resíduos Sólidos
* Compras Públicas Sustentáveis
* Promoção de Iniciativas para Construções Sustentáveis
E como era de se esperar, o tema mais abordado foi sacolas plásticas. No México por exemplo, o responsável pela área de Pesquisas de Gerenciamento de Resíduos do Ministério do Meio Ambiente, Sr. Guillermo Encarnación Aguilar começou fazendo a seguinte pergunta: "Qual é o custo de ter o que temos em casa?".
O tema, segundo ele, é tão polêmico no México que virou assunto de governo e motivou um estudo sobre o ciclo de vida das sacolas plásticas. Ele finalizou dizendo que a meta no varejo mexicano são os 3 R´s: Reduzir, Reutilizar e Reciclar.
Porto Rico, apesar de ser tão pequeno tem grandes problemas ambientais a começar pelo abastecimento que depende de 90% do que vem do exterior, disse o Presidente da Junta de Qualidade Ambiental de Porto Rico, Sr. Pedro Nieves Miranda. Segundo ele, a maior fonte de renda do país ainda é o turismo e por isso a grande preocupação com a qualidade de suas lindas praias.
O tema sustentabilidade ganha a atenção de toda a América Latina:
92% dos consumidores latino-americanos ouviram falar em aquecimento global e se preocuparam com ele
6% da população da América Latina é formada por "consumidores verdes"
80% dos consumidores latino-americanos têm hábito de fazer uso racional de água na hora do banho e na limpeza da casa
8 em cada 10 latino-americanos gostariam que a informação do impacto ambiental (emissão de gás carbônico, política da empresa em relação aos resíduos, etc.) estivesse destacada nas embalagens dos produtos.
59% dos consumidores latino-americanos na hora de comprar um carro se preocupam em saber sobre a emissão de gases prejudiciais ao meio ambiente
Para a diretora da ABRE - Associação Brasileira de Embalagens, Luciana Pelegrino não dá para ser meio sustentável, para ela a empresa que quiser fazer melhor, seguindo os preceitos da sustentabilidade, tem de começar a atuar a partir dos seus colaboradores, com responsabilidade social.
O IV Congresso Panamericano da Alas me trouxe mais esperança, me trouxe a visão de que cada país está fazendo a sua parte em benefício do planeta, temos que proteger o planeta, porque é ele quem nos protege, já dizia o mestre Osho.
O varejo é o responsável pela distribuição de milhões de sacolas plásticas no mundo todo, uma das maiores vilãs no meio ambiente. É dever e não mais opção acabar com esse problema. Os varejistas do Brasil estão caminhando para esta mudança como algumas lojas em Xanxerê (Sul) e Jundiaí já fizeram, porém há que se mudar o relacionamento do consumidor com as sacolinhas, já é uma cultura por aqui o uso delas, e quando você recusa a caixa do supermercado até acha estranho.
Deve existir em cada loja de supermercado uma educação para o consumo consciente, e deve começar internamente, deve ser o endomarketing do varejo, o ponto de vista dos grandes empresários supermercadistas precisa mudar imediatamente, agora é uma questão de sobrevivência!!
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